sábado, 7 de março de 2015

Tu existes em mim

O teu cheiro continua entranhado na minha pele, ameaçando ficar para sempre e obrigar-me a levar-te comigo para onde quer que vá. O sabor da tua boca permanece na minha e teima em não sair. O teu toque continua a ser sentido por todas as células do meu corpo mesmo estando tão longe de ti. As tuas palavras ecoam na minha cabeça levando-me para outros mundos. A tua imagem continua espelhada nos meus olhos castanhos, enevoando toda a minha visão.

Lembro-me de todos os detalhes do teu corpo, de todas as tuas atitudes inocentes, de todos os teus tiques disfarçados, tudo o que tu és existe em mim. A minha memória está repleta de tudo o que aprendi sobre ti, e tudo isso me fascina, me enfeitiça e não me deixa fugir.

Se tentei? Já, muitas vezes. Muitos erros foram cometidos na esperança e desespero de te expulsar da minha mente, da minha alma, do meu ser. Mas nada me consegue levar para longe de ti. O destino brinca com a minha saúde mental e tu pareces adivinhar quando eu me quero libertar, aparecendo no momento certo com o teu sorriso brincalhão, as tuas palavras sinceras e o teu beijo doce.

Tu existes em mim e eu existo em ti, já estamos mais do que entranhados um no outro e nada mais há que fazer senão sucumbir a este sentimento que nos prende e amarra. O desejo que nutrimos um pelo outro há muito que foi notado pelos que nos rodeiam mas por muito tempo estivemos cegos e só conseguíamos vislumbrar alguma coisa quando caíamos nos braços um do outro. Era inevitável, magnético.

O nosso futuro? Ninguém sabe mas sei que continuaremos presos até um de nós conseguir ser forte o suficiente para cortar esta corda que nos prende. Serás tu? Serei eu? Quem sabe? Mas por agora estou feliz em saber que tu guardas um pouco de mim e eu um pouco de ti.


Porque tu existes em mim e eu, existo em ti.






Mary*

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Feliz dia do amor



Há alguns anos que o Dia dos Namorados me faz um pouco de confusão…

Acho ótimo ter um dia para comemorar as borboletas na barriga, os risinhos nervosos, os olhares apaixonados, os beijos doces, os toques que arrepiam, as palavras que nos derretem o coração mas depois penso para mim, porquê só ter um dia para comemorar isto tudo?

Os sentimentos que experienciamos quando estamos no meio da aventura que é o amor são tão especiais que merecem fogos-de-artifício todos os dias. Merecem passeios à beira da água, jantares à luz das velas, filmes românticos enrolados numa manta no sofá, bilhetinhos de amor ou palavras carinhosas todos os dias! O amor é o melhor que nós podemos viver, por isso é que temos que celebrá-lo sempre que podemos e não, um só dia por ano. Porque as surpresas e os encontros inesperados têm muito mais significado do que os planeados e forçados que aparecem todos os anos, no mesmo dia. Quem está apaixonado devia ser livre de ser piroso e lamechas quando quiser, não só no Dia dos Namorados.

Porquê esperar por aquele dia específico? Torna-se um pouco falso, forçado, irritante.

O amor é para ser vivido fervorosamente e sem planos. Só tem piada se nos jogarmos de cabeça, aquela adrenalina que se tem durante a queda livre para depois sermos apanhados pelos braços dos nossos amores.

Todos os dias deviam ser o dia dos apaixonados. Os apaixonados pela cara-metade, os apaixonados por doces, os apaixonados por aventuras, os apaixonados pela calmaria do dia-a-dia, os apaixonados pelo sol, os apaixonados pela chuva, os apaixonados pela natureza, os apaixonados por literatura, os apaixonados pelas festas, os apaixonados pela família, os apaixonados pelo amor, os apaixonados pela vida. Devíamos celebrar o que nos apaixona todos os dias porque é isso que nos faz feliz, e é o que realmente importa.

É por isto tudo que me recuso a chamar de Dia dos Namorados, o amor é para ser festejado por inteiro, por todos, e todos os dias. 

Feliz dia do amor (e que seja um dia que se prolongue para a vida)! <3


Mary*

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

seis de fevereiro

O dia chegou a sorrir, o sol brincalhão fugia das nuvens que ameaçavam tirar-lhe o seu brilho intenso, ela acordou com aquele nervoso miudinho que tanto lhe dizia que ia correr bem como lhe dava inúmeras razões de que iria falhar. O seu coração acordou e perguntou se tinha dormido bem, disse-lhe também que tudo ia correr bem porque ela merecia e porque ele estava ali a apoiá-la acontecesse o que acontecesse. Mais aliviada, ela deixou-se estar deitada a aproveitar o tempo a sós com o seu coração. Como ela tinha saudades de manhãs daquelas… Eles riam e brincavam, voavam de sonho em sonho, juntos. Era a única coisa que interessava, que estavam juntos. Tudo era natural e podia ver-se a alegria genuína a flutuar no ar.

Ela estava mais calma, estava feliz, e sabia que mesmo que se o dia lhe pregasse uma partida má e lhe batesse com a porta na cara, o seu coração estava ali, a enchê-la de felicidade.

Com muita dificuldade, dúvida e ansiedade, ela levantou-se e vestiu a roupa mais confortável e profissional que tinha, passou maquilhagem pelo seu rosto branco do inverno gelado que se fazia sentir e pulverizou-se com o seu perfume característico, aquele que o seu coração tanto gosta. Agora sim, estava mais confiante. E foi com as palavras e os gestos do seu coração que se despediu dele e se vez à estrada. Partiu numa nova aventura com a melhor companhia, ela sabia que com os três mosqueteiros reunidos, conseguiria sobreviver ao que estaria por vir.

O sol conduziu-a para a sala de reuniões cinzenta e iluminada por ele mesmo. O nervosismo fugiu para o canto da sala e deixou a simpatia e naturalidade tomar conta da rapariga. O homem mau tornou-se um avozinho agradável que a apresentou logo se seguida àquela que se ia tornar na sua irmã mais velha. A rapariga respirou fundo e soube que estava no sítio certo, não parava de sorrir.

Os dois mosqueteiros fizeram da festa que a rapariga sentia a sua própria festa e no meio dos festejos, aparece o coração com o seu brilho nos olhos e o seu sorriso que dizia “eu sabia que conseguias”. Naquele momento ela soube o quão sortuda ela tinha sido naquele dia, e rezou para que mais dias como aquele chegassem. Ela precisava do seu coração por perto, finalmente entendeu isso, e o seu coração também a queria. O seu coração que tinha sido libertado, ignorado, rejeitado e, mesmo assim voltou, era só isso que interessava. Ela estava feliz, e o seu coração também… 




Mary*